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Um comentário

Humberto Augusto dos Santos

Osmar você sempre será o maoir de todos,porque igual á você só na outra incarnação e olha lá em……..

I que gooollllllllllllllllll.

Contribuições encerradas.

Ripa na chulipa!, pois Osmar Santos continua com a bola toda

Por: RAFAEL CARNEIRO DA CUNHA - DA REDAÇÃO

25 de setembro de 2014 - 19:50

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Osmar Santos entrevista o Rei Pelé. Foto: arquivo pessoal de Mauro de Lima

A gorduchinha rolava solta na Copa do Mundo de 1994, e mais uma vez a Rádio Globo fazia a cobertura do torneio, que acontecia nos Estados Unidos. A rotina era intensa, mas sempre que sobrava um tempinho a equipe aproveitava para conhecer a terra do Tio Sam. Em um dos passeios, o comentarista Paulo Morsa e o supervisor técnico Mauro de Lima resolveram passear no famoso bondinho de São Francisco. Dentro de um carro estava Osmar Santos, que, rindo, propôs aos dois pularem do bonde em movimento na curva de uma ladeira. Brincalhão, humilde e irreverente, o locutor não era só o Pai da Matéria, mas de todos que trabalhavam com ele.

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Muitas vezes você nem sentia saudades de casa porque estava com ele, diz Lima, que o acompanhou em diversas viagens. O mundial de 94 não foi o único que Osmar narrou. Ele também esteve na Argentina, em 1978, na Espanha, em 1982, no México, em 1986, e na Itália, em 1990.

A sua paixão pelo rádio vem desde cedo. Osmar nasceu em Osvaldo Cruz, no interior de São Paulo, e passou a infância na também paulista Marília. Quando garotinho, sempre escutava escondido do seu pai os jogos de futebol em um radinho de pilha. Mais velho dentre os quatro filhos de Romeu e Clarice, ele chegou a ter problemas de gagueira, mas isso foi logo superado, tanto que fez da voz seu ganha-pão. O primeiro emprego como locutor foi na Rádio Clube de Osvaldo Cruz. De lá, ainda passou pela Rádio de Marília antes ser contratado pela Jovem Pan.

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Da esq. para a dir.: os irmãos Oscar Ulisses, Osmar Santos
e Odinei Edson. Foto: arquivo pessoal de Mauro de Lima

Sou oito anos mais novo que o Osmar e, especialmente quando eu estava perto da adolescência, fiquei mais próximo dele. Nossa família era, e ainda é, muito unida afirma o irmão Oscar Ulisses, que também se tornou locutor esportivo. Segundo Oscar, ele e o irmão já trabalharam juntos várias vezes. A primeira foi em um campeonato infanto-juvenil organizado por Osmar, em Marília.

Já conhecido no meio, Osmar Santos assinou em 1977 um contrato com a Rádio Nacional, futuramente Rádio Globo. A estreia na nova casa não poderia ser mais emocionante: uma final do Paulistão entre Corinthians e Ponte Preta. Na época, o campeonato tinha um sistema diferente do atual e a decisão era disputada em três jogos. No fim, o Corinthians sagrou-se campeão, acabando com um jejum de 23 anos sem títulos. A narração da última partida é considerada uma das melhores do locutor.

Osmar Santos passara a comandar a equipe de esportes da rádio. Criativo, quem trabalhava com ele precisava estar sempre preparado para qualquer mudança de última hora. Era comum, por exemplo, ele substituir o material gravado por entrevistas ao vivo, pois acreditava que funcionava melhor. Márcio Bernardes, que começou a trabalhar na Rádio Globo em 1978, não via grandes problemas nessas mudanças repentinas. O rádio dá essa possibilidade do dinamismo. Sem falar que no ao vivo você tem um ganho de informação. A gente gravava muitas vezes por questões de segurança, conta o antigo repórter.

O locutor das diretas
Com o tempo, Osmar passou a convidar personalidades da política para um bate-papo durante as transmissões dos jogos, o que começou a desagradar os anunciantes. O Chico Paes de Barros, que era diretor, veio reclamar comigo e eu disse que a única saída era criar um programa em que o narrador tivesse espaço para entrevistar os políticos. Nascia assim, em 1979, pela extinta Rádio Excelsior — também das Organizações Globo —, o Balancê, lembra Edison Scatammachia, que era chefe da equipe de esportes.

O programa de variedades, que misturava futebol e entretenimento, tornou-se rapidamente líder de audiência. A produção inicialmente era de Yara Peres e Paulo Matiussi, e a sonoplastia ficava a cargo de João Antônio de Souza, o Johnny Black. Com o envolvimento cada vez maior de Osmar na política — ele teve participação importante nos comícios das Diretas Já — e com projetos para a televisão, restava-lhe pouco tempo para o rádio. Foi então que, em 1983, Fausto Silva foi promovido de repórter esportivo a apresentador do programa, substituindo Osmar. No ano seguinte, Faustão deixaria o rádio para apresentar o Perdidos na Noite, na TV Gazeta.

Osvaldo Pascoal foi trabalhar na Globo justamente nesta época. Fã de Osmar Santos muito antes de ingressar no mundo do rádio, nunca imaginou que um dia fosse fazer parte da equipe de seu ídolo. Quando cheguei, eu era o oitavo, nono repórter, e depois de um ano eu já estava fazendo jogos com o Osmar, recorda.

Ouça a antológica narração de Osmar Santos do gol de Basílio na final do Paulista de 77:

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Tiro-lirolá, tiro-liroli
Enquanto a bola esperava alguém para dar um pimba nela, Osmar Santos fazia a alegria dos ouvintes com a suas gírias. O jeito dele transmitir um jogo fez escola e muita gente segue até hoje, afirma Oscar Ulisses. Foi Osmar, por exemplo, que apelidou Edmundo de Animal.

Antes, as partidas de futebol eram narradas para a elite. Com ele [Osmar], elas passaram a atingir também o povo, ressalta o supervisor de operações Jadir Pagnan.

Osmar Santos também chegou a apresentar programas de televisão, mas foi no rádio que encerrou a carreira. Trabalhou na Globo até o final de 94, acumulando em sua trajetória diversos momentos marcantes do esporte. O último foi a vitória do Palmeiras sobre o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro daquele ano. Mas talvez o mais emocionante acontecera alguns meses antes, na final da Copa do Mundo. Foi a única vez em que Osmar viu da cabine de transmissão o Brasil levantando a taça de um mundial.

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Osmar (ao centro) na festa que comemorou seus 64 anos.
Foto: arquivo pessoal de Rosan Bento

Acidente
Dois dias depois da decisão do Brasileirão, o narrador sofreu um acidente de automóvel quando ia de Marília a Lins (SP). Um caminhão desgovernado o atingiu, gerando extensos danos cerebrais e graves sequelas. Foi muito triste. Estava na rádio, e a primeira informação que chegou foi a de que ele estava morto, mas isso foi logo desmentido, lembra o supervisor de operações e grande amigo de Osmar, Rosan Bento.

Com o passar do tempo, o locutor recuperou várias das funções perdidas após o acidente, mas não a fala. Hoje, aos 65 anos, ele pronuncia poucas palavras, o que o impossibilita de continuar atrás dos microfones. Ele tem se dedicado à pintura e já expôs em diversos lugares.

Mas quem pensa que Osmar Santos se afastou completamente do rádio, se engana. Frequentemente ele visita a Globo, dá a sua opinião sobre o desempenho dos companheiros e sai para almoçar com eles. Mantém sempre o seu alto astral. A equipe de esportes, por sua vez, leva o nome do narrador. Uma forma de homenagear todos os dias esse ícone da comunicação brasileira.

(25/09/2014 – 16h57)

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